Entrevista: Gustavo Bittencourt

Livework Studio

7 de julho de 2014

Entrevistado por Marina

Trabalho com empreendedorismo e design, que para mim hoje são como arroz e feijão. Quem tem projetos de design consegue ter uma percepção do que o público necessita. Há um movimento de explorar esses dois universos. Esse modismo de design thinking, de misturar o negócio com o design. A Airbnb (airbnb.com) foi criada por um designer.

Eu sou designer de produto e logo no início fui para o lado da estratégia, que agora seguem juntos.

Com relação à mobilização de causas, eu vejo que as tecnologias são só ferramentas, as pessoas se conectam e se mobilizam desde sempre, como nas Diretas Já, quando nem existia internet.

Em direitos humanos, toda nova possibilidade tecnológica levanta questões que tem que ser discutidas, repensadas, isso leva a novas discussões. As pessoas estão mais empoderadas com as novas tecnologias digitais, o ritmo será cada vez mais rápido...

Fiz um projeto para tentar entender o público gay. Em SP, moro na Rua Augusta. Antigamente a gente era mais encapsulado. Estamos vivendo um momento em que as pessoas querem fazer as suas escolhas mais livremente, e essa tendência é super nobre. As pessoas querem as coisas muito imediatamente, estão menos suscetíveis a frustrações, e isso se tangibiliza de várias formas.

No tema da inovação na gestão pública, como país latino, estamos muito atrás. Com nossa rede estamos em vários lugares do mundo. Na Noruega, por exemplo, trabalhamos muito com a esfera pública, as coisas aqui são mais lentas, mais presas a licitações, a corrupção. Os processos participativos são legais, mas ainda muito incipientes.

Troquei umas ideias com a Patricia (Santin), eu vejo as empresas se aproximando dos propósitos sociais da fundação, isso é lucrativo, as pessoas estão indo atrás do Selo de Empresa B, por exemplo. No futuro será uma coisa só, empresas e fundações estão se aproximando.